
Certa vez há bastante tempo atrás eu me encontrei em uma estação encantada, não sei como fui parar lá, acho que por um instante na vida eu dormi e ao acordar lá estava. Num determinado momento um trem mágico apareceu com seu apito que parecia me chamar. Sem ao menos pensar subi no trem e a viagem começou. Não havia trilhos nem caminhos em que ele não pudesse ir, em algumas vezes eu colocava minha mão para fora da janela e tocava as nuvens, outras vezes segurava a ponta das estrelas. O vento que entrava tinha o frescor das montanhas mais íngremes e dependendo de onde o trem se encontrava eu sentia o doce aroma do jasmim ou o cheiro refrescante do eucalipto, o gosto do mais puro mel ou a pimenta que ardia na boca com sabor de pecado. Era uma viagem louca sem destino de chegada, mas eu pouco me importava desde que pudesse continuar viajando e escutando o barulho do trem que flutuava no universo dos meus sonhos.
Mas um dia, por um descuido, em um breve momento desci e o trem seguiu seu caminho me deixando na estação solitária sem ouvir o meu chamado.
Até hoje sonho com sua volta e escuto seu apito, mas dentro de mim bem sei que trens mágicos quando se vão nunca mais retornam.
Lou Witt
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