Abriu a caixa de seus sonhos, desamarrou a fita que prendia a tampa, pegou um a um, tirou a poeira e pensou estar na hora de usá-los. Achou que teria forças suficientes para finalmente atravessar a fronteira do previsível e correr os riscos que haviam por trás daquela porta. Poderia finalmente soltar seus sonhos mundo afora e ver com olhos de curiosa o que aconteceria com cada um deles. Acreditava que alguns cresceriam, tornar-se-iam maiores e reais, outros talvez se aquietassem quando descobertos sem tanta importância, alguns talvez até morressem, não se importava com isso, sabia que nem todos os sonhos vingam, é destino de uns morrerem, o que achava mais triste do que sonhos morrerem eram sonhos ficarem trancados, aprisionados. Daria chance a eles de se aventurarem, de conhecerem mundos além do horizonte daquela janela. Um largo sorriso brotou em seu rosto com esses pensamentos e já podia até imaginar o mundo dos sonhos lá fora, mas num repente desses em que não há tempo de pensar uma força maior do que ela a puxou para trás e os sonhos caíram todos de suas mãos. Não houve mais tempo de pensar nem de chegar até a porta e sair, ficou ali prostrada no chão como um navio ancorado sem poder seguir viagem. Nada mais havia a fazer, juntou os sonhos um a um, colocou novamente na caixa e fechou dando um laço perfeito na fita para que ficasse linda para quem a visse.
Impressões de São Paulo
Há 7 anos
2 comentários:
eu já te falei que vc tem algo de Claricee Lispector ne?? alem desses olhos alucinaddos?? muito bom o texto dos sonhos..eu quero escrever assim algum dia, quando crescer viu..eu ainda sou criança..jogamos palitinhos?? que pr~emio podemos pagar?? bjssssssssss!!!!
Jogamos sim!!! Pagamos com beijos, é claroooooo rsrsrs
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