- Quando estou com você pareço uma criança
- E eu uma boba
- Ah, eu não acho
- Eu também não acho que você pareça uma criança
- Tem razão. Que você acha da gente jogar palitinho pra ver quem ganha?
- Boa idéia, quem perder dá um beijo.
- Fechado
- Começa você
- Não, você
E ficaram jogando a tarde toda, pagando beijos, ele feito criança e ela que nem boba.
O amor tem dessas coisas. rsrs

Abriu a caixa de seus sonhos, desamarrou a fita que prendia a tampa, pegou um a um, tirou a poeira e pensou estar na hora de usá-los. Achou que teria forças suficientes para finalmente atravessar a fronteira do previsível e correr os riscos que haviam por trás daquela porta. Poderia finalmente soltar seus sonhos mundo afora e ver com olhos de curiosa o que aconteceria com cada um deles. Acreditava que alguns cresceriam, tornar-se-iam maiores e reais, outros talvez se aquietassem quando descobertos sem tanta importância, alguns talvez até morressem, não se importava com isso, sabia que nem todos os sonhos vingam, é destino de uns morrerem, o que achava mais triste do que sonhos morrerem eram sonhos ficarem trancados, aprisionados. Daria chance a eles de se aventurarem, de conhecerem mundos além do horizonte daquela janela. Um largo sorriso brotou em seu rosto com esses pensamentos e já podia até imaginar o mundo dos sonhos lá fora, mas num repente desses em que não há tempo de pensar uma força maior do que ela a puxou para trás e os sonhos caíram todos de suas mãos. Não houve mais tempo de pensar nem de chegar até a porta e sair, ficou ali prostrada no chão como um navio ancorado sem poder seguir viagem. Nada mais havia a fazer, juntou os sonhos um a um, colocou novamente na caixa e fechou dando um laço perfeito na fita para que ficasse linda para quem a visse.

Depois de você

os outros

são

os outros

e só.

Um ato apenas e nada volta a ser como antes. Um olhar, uma palavra, um gesto e tudo se transforma.

Ninguém foge ao espelho da vida e ao sair na chuva a máscara borra.

Quem estará isento ao X vermelho ao usar um desvio impróprio?

Nada acontece por acaso e em cada queda se aprende, e se machuca e se fere, e vê verdade por trás dos olhos, e vê segredos que a alma esconde, e fecha o coração pra que não doa novamente, e segue em frente, e o ontem morre.

Você chegou novamente com seu cavalo alado e na noite escura me tomou em seus braços. Puxou-me contra seu peito e me carregou para longe onde o mar batia suas ondas na areia branca da praia deserta e escura. Jogou seu manto negro no chão molhado de espuma e me fez nua sob o luar de prata na noite silenciosa de setembro. O bater das ondas nas rochas confundiam-se com o balançar dos corpos na areia e a espuma branca misturava-se com o líquido de amor que brotava de nós. A lua tímida no céu sorria pela metade no mesmo instante em que juntos chegávamos tão perto dela no espasmo de um gozo interminável e delirante.

E o amor era tanto que por vezes parecia não caber em seu peito. Era um sentimento novo e lhe consumia inteira. Nunca antes amara assim. Pensamentos, corpo, células, vísceras, alma, tudo... impregnado de amor. Amor intenso, inteiro, devasso, profano, divino, imenso, maldito amor!

E foi assim como um cometa que o amor chegou, e foi assim como um vendaval que varreu tudo o que havia por dentro. E machucou, e sangrou, e criou uma ferida tão profunda que se um dia sarar ficará para sempre a cicatriz.

Foi debaixo da lua de meio sorriso, numa noite de poucas estrelas que meus olhos encontraram os teus.

Foi um momento breve como um raio em meio à tempestade e bastou, meu coração prendeu-se ao teu para sempre.

E foi um silêncio profundo até que meu corpo chegasse de encontro ao teu. E foi como se o tempo tivesse parado e todo o sentido da vida tomou forma num beijo sem fim.

E na noite escura o amor se fez e a lua escondeu-se nas nuvens deixando as estrelas pequenas a fazer penumbra.

Quantos palmos de felicidade é preciso se ter para viver um dia?
Quantos dias de uma vida se vive esperando para ser feliz?
Me disseram que a felicidade é só por hoje, que a vida é só por hoje, que o amanhã não existe.
Hoje é o que eu tenho e o que eu tenho hoje é um sorriso.
Isto me basta agora e não quero pensar em mais nada.
Tentarei deixar minha mente sem amanhã e viver tão somente do hoje e se o amanhã chegar será como um presente.

Lou Witt

Impossível te olhar

e não te querer

se cada vez que me encontro

em teus olhos

sinto vontade de me perder

em teus braços

Quando penso em você
viajo até o espaço
Ops,
tropecei numa estrela!

Um mar de sal e espumas e um horizonte azul sem fim.
Areia, conchas, gaivotas, e ondas que quebram na praia.
No meu silêncio um grito mudo e o eco de apenas um nome.
Nos lábios o gosto de um beijo que ficou guardado.
As mãos vazias de promessas buscam em vão tatear um corpo.
Tudo é vago na tarde cinzenta onde o sol debaixo das nuvens se esconde.
Um pássaro mergulha fundo e volta de penas molhadas e sem alimento nenhum.
E por um instante o vento traz teu perfume e nada mais existe além da infinita saudade.
Lou Witt

ando trabalhando demais

e pensando demais

e sonhando demais

e amando

demais?