Preciso administrar melhor meu coração, não posso deixar que essa brasa queime tanto assim e de forma tão doída.
Por mais que eu tente, meus sentimentos não conseguem um equilíbrio, quando penso que estou bem sempre acontece algo que acende essa maldita dor.
E assim vou vivendo, com os dias que se arrastam e as noites que não tem fim, tentando sossegar no peito esse teimoso coração.
O que fazer quando não se tem mais o que fazer? O que sentir? O que falar? O que calar?
Quantas vezes terei que morrer em vida para que tudo volte ao normal?
E o que é o normal? Um nada, uma imensidão de nada. Um buraco enorme, uma lacuna interminável.
Um espaço entre o que fui, o que sou e o que talvez nunca venha a ser.
Buscas inúteis, tentativas vãs, estilhaços que saltaram de mim e que nunca mais encontrei. Perderam-se no tempo, no espaço do nada, na tênue linha que separa o real do impossível.
A felicidade é algo para o qual eu não nasci e procurá-la é como viver no eterno limbo, presa neste frio que gela a alma.