sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

No silêncio da noite que me envolvia, sonhei contigo amor, que vinhas me buscar e me levavas para longe em teus longos braços na imensidão do universo. Ah, tão sublime sentimento de abandono e êxtase, de entrega e paixão que me consumia. Teu corpo de calor insano feito brasa me devorava e nas nuvens eu voava. Como faíscas de labaredas meu corpo crepitava e minha alma parecia se apartar de mim por completo. E no mais louco abandono, na mais completa e insana entrega, quando eu já não era mais eu foi que o derradeiro fim aconteceu. De súbito meus olhos abriram-se e na imensa cama só restava o meu corpo abandonado e só. Peguei o travesseiro e entre as pernas fiz meu ninho, tentando no desespero substituir o amante distante. E na solidão da noite escura, só restou o peso da saudade que insistia em se alojar no peito e a dor dilacerante que não aplacava por mais macio que o travesseiro fosse.

Um comentário:

Ana Carolina disse...

Como é ruim acordarmos para a realidade quando temos um sonho tão belo quanto o descrito.
Sim, já passei por isso. Que sensação horrível é acordar no escuro, com o corpo gelado e sem a pessoa amada ao lado!