sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Um tanto trágico

Ela olhou a imensidão à sua frente e sem hesitar andou até os rochedos e ficou parada sentindo o cheiro do mar e das folhas verdes de algum arbusto que não sabia identificar a espécie e que cobria boa parte do solo junto às pedras. Ficou pensando como amava tudo aquilo e o quanto era agradecida por partilhar com o universo o sagrado sopro daquele vento.
Sentiu que alguém vinha em sua direção em disparada e não teve tempo ao menos de pensar. Quando deu por si duas mãos pesaram sobre seus ombros lançando seu corpo ao abismo. Um frio no estomago, um gelo na alma, um desatino de pensamentos.Um corpo solto no espaço, o chão que se demorava a chegar e a certeza de não ter asas para alçar um voo salvador. O fim seria iminente e o chão tomava forma abaixo de seus olhos confusos. Um enjoo visceral como se tudo viesse parar na garganta e finalmente submerge na terra como uma explosão.
Então acorda, quase sem conseguir respirar, uma gota de suor escorre em seu peito. Foi apenas um sonho pensou na hora e tentou dormir novamente, mas logo saberia que o sonho talvez tivesse outro significado, uma premonição quem sabe, um aviso, algo que alguém tentou lhe dizer enquanto dormia:
Cuidado! Não fique à beira do abismo descuidada sem observar os movimentos ao redor, alguém pode chegar à espreita!!!

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